30 July 2013

A anatomia de uma bolsa


Se você leu meu post recente sobre bolsas (não sei porque, mas a palavra bolsa em inglês 'handbag' soa mais cheinho pra mim), já deve ter entendido que eu sou apaixonada por esse acessório.
Estava passeando por alguns sites quando me deparei com isso: 'a anatomia de uma bolsa'. O CR Fashion Book fez uma série super bacana sobre bolsas em que eles desmontam (literalmente) bolsas ícones de determinadas marcas e contam a história por trás delas. Essa do link abaixo é a Le Dix da Balenciaga, primeira coleção de bolsas sob a direção de Alexander Wang.




http://crfashionbook.com/post/56785769465/anatomy-of-a-bag-balenciaga-in-the-third-part-of

Pra quem também é apaixonada por 'handbags' indico a leitura!
Ah, você também pode conferir a referência na plataforma Now Manifest.

28 July 2013

Moletons (de novo?)


De novo porque há alguns anos eu escrevi um texto um tanto reflexivo sobre moletons. E as últimas duas estações me fizeram pensar mais um pouco sobre essa peça com cara e praticidade de adolescente que de fato conquistou muita gente ‘grande’.

Quem gosta de acompanhar blogs, sites, revistas (em papel, as melhores!) de moda, comportamento, etc., deve ter reparado que muita gente fala sobre ‘moletons’. Indispensável no guarda-roupa de qualquer adolescente que se prese (especialmente se forem daqueles com logo de marcas estampados, sejamos francos, ok?), essas pecas caíram nas graças de vários designers, e marcas como a Kenzo Paris, por exemplo, as repaginaram e transformaram-nas num queridinho nos dias frios, mas não gelados.

Eu tenho alguns, confesso serem todos mais simples, modelos femininos, sem estampas ou cores ousadas. MAS em abril durante uma viagem a Paris num período de fim de inverno, quando as temperaturas na Europa já estão mais amenas e a gente não precisa carregar um iglu nas costas pra se aquecer, eu fui pega um tanto desprevenida por um dia mais friozinho. E como resolvi meu problema? Emprestei o moletom do namorado (bonitinho, não?). Uma peça simples, cor escura e sabem do melhor? O interior dele é feito de uma camada grossa de algodão que parece lã e te faz suar, acreditem!

O resultado?









Então que a moda vai e vem, num movimento gostoso que te oferece uma infinidade de opções que você pode ou não abraçar, cabe apenas a você. E sabe qual o melhor jeito de abraçar uma ‘tendência’? Conhecer o que mais te deixa bem com você mesma.
Ok, parece conversa de autoajuda, mas é a verdade, um clichê terapêutico dos mais verdadeiros. Não adianta querer abraçar algo que não vai te devolver o abraço com o mesmo carinho. Se não te faz sentir a vontade, se te deixa com uma sensação ‘esquisita’ com relação ao seu corpo, então pra que usar? E se você leva isso a cabo você vai ver que se vestir não se trata de um ritual complicado, que demanda um closet no estilo Carrie Bradshaw e uma conta bancária do tamanho da família Kardashian. Você aprende a adaptar, re-utilizar, re-criar, re-pensar! Você aprende!! (**sorriso feliz**). Gloria Kalil chama isso de ‘estilo’: você olha o que o mundo te oferece e escolhe somente aquilo que de cara pode chamar de ‘seu’.

Mas então, e os moletons? Já usou depois de terminar o colégio? Já? Me mostra?


Winter has come/fun


Para quem mora no Brasil o inverno finalmente resolveu se apresentar nos últimos dias. Meus amigos de São Paulo e dos estados do Sul que o digam.
Nessas horas reclamar do frio não vai te deixar mais quentinha, então aproveite pra se aquecer de forma divertida e aproveitar o frio enquanto ele estiver por aí. Eu sou fã de calças de couro, além de quentinhas elas são tão charmosas e podem mudar completamente seu visual. Não precisa ser toda de couro, algumas misturam tecidos e detalhes em couro que já valem pra deixar a gente mais aquecida.








Joseph – couro e gabardine


26 July 2013

Espiadinha...


Já viu o Gato no Facebook? Não? Então espia lá! Só clicar aqui.

Have you checked the Facebook page? Not yet? Come have a look, just click here.
























Inspiração #2



Uma foto espontânea tirada por alguém especial.

16 July 2013

Inspiração


Eu tenho certeza que em algum momento falei sobre algo parecido – ainda no Tumblr. E tenho certeza que falaria sobre isso mais algumas mil vezes. Assunto gostoso de pensar.

Inspiração parece coisa de artista, diria um amigo. Parece recurso de criação plástica, encenação, humm. Não sei, um q de criatividade me vem logo de cara. E é isso. Inspiração é algo que te impulsiona, algo que te inspira-ação! E vem de qualquer lugar e não tem hora. (felizmente, certo?)

Eu tenho muitas coisas que me inspiram e fazem suspirar. A moda adora isso. Adora aquela cor que distingue o básico e o básico que evoca o exótico. O diferente parece em voga quando a gente busca inspirar-se. No meu caso gosto de plasticidade, gosto de textura, cheiro e cor... (talvez isso explique meu apreço pelos protetores labiais? E pelas bolsas gostosas de tocar, ver e usar?). Gosto daquilo que faz meus sentidos se aguçarem.

Mas algo que inspira precisa ser algo do tipo único? Algo excepcional? Não. Óbvio que não, eu diria. Inspiração pode vir de cada lugar que a gente não imagina. Por exemplo, coisas que me inspiram...



1. Pessoas.
A serenidade desse senhor chinês que flagrei desenhando no pátio da St. Paul’s (Londres). Ventiladorzinho no pescoço, lápis e papéis nas mãos e olhar atento. Me encantei.


Os olhos desenhistas de Garance Doré




2. Cores.
Esmaltes pra quebrar o tédio + presente do Marrocos. Tem coisa mais gostosa que usar presente de gente que gosta da gente?



3. Embalagens coloridas.
Com cheiros deliciosos



4. Embalagens minimalistas.
Meu perfume. <3



5. Peças simples de encher os olhos.
Regatas Benetton, clutch Acne.



6. Luminárias.
Não natalinas, por favor. Minhas favoritas, da Muji.



7. Roupas bem humoradas.
<3



8. Velas perfumadas.
Daquelas que farão você lembrar de casa quando não estiver nela. As da Royal Horticultural Society me ganharam. 



9. Estampas náuticas.
Das que dão vontade de ir a praia. Eco bag da Cath Kidston, que tem cara de férias!



10. Propagandas que me fazem pensar.

As da Apple são demais. Retirada do Evening Standard, 15/07/13




Mas, então, que coisas* te inspiram?







* e pessoas?

12 July 2013

Plump, smooth, glow! #2



Pense num gosto gostoso de manga, bem suave e refrescante. Pensou? Agora adicione textura cremosa leve - longe daquela sensação de lábios grudentos - com toques excessivos de cuidado e hidratação. Imaginou? Entāo abra os olhos e se delicie com esse protetor labial da Kiehl's. Gosto de verão o ano todo! :) 

10 July 2013

Para ter e não largar!





Há poucos meses - a edição e o número eu perdi durante a mudança de flat (!) – li uma matéria na Vogue UK que me fez marejar os olhos. Marejar olhos na Vogue soa bastante exagerado, mas foi o que aconteceu – isso se chama sinceridade afetiva.

‘To have and to hold’ é o título do texto de Christa D’Souza, que discute nada mais, nada menos do que bolsas! Sim, ‘my precious bags’! Exageros à parte, o texto é ótimo e traz à tona de forma leve e engraçada – no estilo ‘Vogue UK de humor’ – o apreço que muitas de nós temos ou elaboramos por nossas bolsas. Mas as bolsas às quais se refere Christa não são apenas bolsas, digamos, mas, sim, ‘luxury bags’, aquelas que tem um significado especial – não apenas pelo preço nada módico – mas pelo valor que atribuímos a elas – consciente ou inconscientemente.

‘Sua primeira bolsa de gente grande? Você se lembra dela? Aquela que marca o momento da mudança de uma mera graduanda a uma pessoa com um emprego decente?’, com essas perguntinhas Christa inicia seu texto oferecendo sua experiência como resposta. A primeira bolsa ‘de gente grande’ dela (pra soar lúdico) foi ‘A minha foi um caso com uma ‘quilt’n’gilt’ burgundy, cujo formato lembrava um pedaço gigante de Toblerone da – bem, de onde mais? – Chanel’ responde. Compra que a fez comer apenas pasta por semanas a fio e a qual teve que esconder da família porque tinha sido a coisa mais cara que ela já havia comprado na vida, o que pra ela pouco importou. Pra ela e pra todas as outras meninas-mulheres que ela entrevistou para a matéria.

 Longe da realidade ou do desejo de consumo de muita gente, mas apreciadas e cotidianas na realidade de muita outra gente (sim!), bolsas ditas ‘de luxo’ – como gosta de afirmar Christa – muitas vezes transformam não apenas a imagem de quem as leva à tira colo, mas também o comportamento. Explico. Diretor criativo da espanhola Loewe, Stuart Vevers argumenta, do ponto de vista cultural-econômico, que ‘nada parece conectar com mais poder o consumidor do que uma bolsa’, aquilo que parece saltar aos olhos dentro da vitrine, algo que te inspire um desejo enorme (estou amenizando as palavras dele, que são bem mais efusivas) e te faça encantar logo de cara. Esse poder todo, diz ele, possui uma bolsa. Mas lembrem-se, não estamos falando de qualquer bolsa, estamos falando DAS bolsas. Camille Miceli, da Dior, ainda afirma que as bolsas são a forma mais positiva e prática do consumidor acessar uma marca sem ter que despender de tempo para experimentar tamanhos etc.
Sem marcações exageradas de gênero, Christa expande também esse desejo – em menor escala no seu texto – ao público masculino, que, por hora, não vem ao caso. Mas voltemos as bolsas e suas admiradoras.

Se você tem um olhar ou sensibilidade mais apurados, ou tem amigos que os tem, já deve ter percebido que roupas são como narrativas, independente de escolhas conscientes ou não, elas sempre contam algo sobre quem as veste, que pode ser desde um ‘estou num dia corrido e preciso de praticidade’, ou algo mais sensitivo como ‘estou muito feliz ou muito cabisbaixo etc’. Aí entram aquelas pequenas coisas que funcionam como sinais ou marcas de discurso dentro da narrativa que você é-veste. Entre elas estão as bolsas! Christa afirma ser esse objeto aquele ‘no qual confiamos as coisas que fazem, compõem a nossa vida durante o dia-a-dia’. E é verdade, não? Daí conseguimos ver, por exemplo, quem carrega a vida toda na bolsa, quem não carrega quase nada, quem busca medida certa no formato e praticidade (ah, essa sempre bem vinda!), quem quer ter a tira colo aquela coisa gostosa de olhar ou até mesmo aquele objeto que te dê segurança, apoio e se coloque entre a sua relação com o mundo.

Ok, falamos do texto. Fiz vocês pensarem um pouco sobre esse objeto que carregam pra cima e pra baixo, que sei bem algumas trocam sempre, outras usam até furar e perder a cor? Vou bancar a Christa e colocar minha experiência como resposta. Minha primeira ‘designer bag’ foi uma 2Jours marrom da Fendi (suspiros...), a qual carinhosamente apelidei de ‘meu diamante’.*** Meu porque trabalhei muito pra conseguir e porque a bonita tem minha inicial gravada (de graça!) num dos detalhes. Minha mãe não sabe (sabia, porque agora saberá) que tenho um ‘diamante’ desses em casa, que o carrego pra todo lado, que esbarra em paredes, no chão de casa, em balcão de loja, no trem, na mesa da universidade, etc, etc, etc. O que não signifique que não tenho cuidado com ela, pelo contrário, cuido bem demais, porém é uma b-o-l-s-a, um objeto que tem funcionalidade e contexto, que não deve ficar enterrada na ‘dust bag’ no fundo do armário porque é muito preciosa pra ser usada. Não, não não. Esse não é o espírito da coisa.

E então vocês me perguntam ‘mas, Gabi, porque essa bolsa? Porque uma Fendi?’. Sendo completamente sincera eu queria algo perene – como quase tudo em que invisto – mas ao mesmo tempo contextual. Queria acima de tudo qualidade inexorável, e, claro, algo que adicionasse, mas não chamasse total atenção pra mim – lembram-se da narrativa, certo? O que mais me encantou e que o eu mais procurava era uma bolsa que tivesse esse caráter de ‘designer’, que transpira qualidade e delicadeza, mas que fosse absolutamente prática e que, acima de tudo, fizesse meu estilo parecer sempre alinhado, não importando a quantidade (toneladas) que papeis e coisas que eu fosse carregar. Ela é daquelas que você pode entupir de coisas sem alterar o formato. **suspiros de novo**

Como eu me sinto quando estou com ela? Organizada e elegante. Não vou mentir dizendo que não recebo olhares quando a uso e que muita gente fica curiosa com aquele G. na fivela, mas o nome da marca é discretíssimo e nada escancara seu valor além da qualidade que ela naturalmente exprime. E eu GOSTO dela, adoro a sensação gostosa que tenho quando ela complementa meu jeans e camiseta branca. Adoro abrir cada um dos compartimentos e ver que tudo fica organizado e bonito lá dentro.

Notei, de alguns anos pra cá, o consumo cada vez maior dessas bolsas de luxo no mercado brasileiro, um consumo muito mais democrático e horizontal, que podemos atribuir a diversos fatores como aumento no padrão de vida, especialmente da classe média (super fã de Michael Kors), que por sua vez proporciona facilidade para viagens internacionais – tudo barateou, fato – e que, por sua vez, possibilidade o acesso a marcas consideradas de luxo em países (e outlets) onde os preços são bem mais acessíveis, sem as taxas horrorosas de importação. Então tenho me perguntado coisas meio bobas como quais as marcas mais comuns por aí, quais modelos mais procurados, e o mais interessante, o porquê da escolha por um objeto de desejo como esse. Me responda?

Vocês podem já estar pensando ‘mas tudo isso por causa de uma bolsa? Que exagero!’. Então perguntem-se a mesma coisa, façam esse pequeno exercício e procurem o que de mais valioso vocês tem no seu closet. Transfiram todas as minhas inquietações nesse texto para aquilo que vocês mais valorizam e tem carinho, mas mantenham o contexto do vestir-se em mente. Nunca numa escala tão grande e de proporções tão globalizadas esses objetos de desejo serviram como reflexo tão evidente de narrativas pessoais, sem medo de ser atemporal aqui. Afinal se eu for ao Japão com minha Fendi tenho certeza que serei lida com olhos igualmente curiosos por qualquer pessoa que tenha algum interesse no campo fashion. Objetos pessoais que proclamam, ou apenas dizem por nós, uma mensagem qualquer que queiramos passar não são coisa do nosso tempo, claro. Mas a sensação do ‘status over’ me parece muito contemporânea.

Meu diamante está aqui, nesse momento no chão de madeira do meu apartamento, ao lado de um dos sofás da sala, não por acaso ontem ele foi as ruas. A verdade é que o desejo por um objeto desses não termina no primeiro. Como tatuagem, dizem, você nunca para na primeira, certo? Eu não parei no diamante, há também o rubi e a esmeralda. Mas isso é assunto pra outros papos.








*A mãe de uma grande amiga minha tinha uma Land Rover prateada que vez em quando emprestava ao filho e nunca me esqueci dela dizendo ‘cuidado com meu diamante’. Emprestei isso dela. Tem contexto melhor?